REVISTA QUEM: Mari Saad fala sobre carreira, sucesso, casamento e planos para o futuro para a jornalista Bia Rohen
Mari Saad foi destaque em matéria para a Revista Quem
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Em entrevista para a jornalista Bia Rohen, da Revista Quem, a influenciadora digital e empresária Mariana Saad, falou sobre o início da carreira, sucesso profissional, casamento e planos para o futuro. Vem junto e confira, na íntegra, como foi o bate-papo.
Mari Saad já considera ter alcançado o sucesso profissional. E os números comprovam: com 25 anos, sendo oito criando conteúdo na internet, ela tem 1,78 milhões de inscritos em seu canal do YouTube, 3,5 milhões de seguidores no Instagram, e sua marca de maquiagem lhe rendeu a listagem na disputada Forbes Under 30.
No entanto, o que hoje pode ser visto como uma carreira consolidada, ainda guarda as inseguranças e questionamentos da menina de 17 anos do interior (em Jales, com cerca de 50 mil habitantes), que se mudou para São Paulo com a responsabilidade dada pelo pai de "fazer dinheiro em um ano com internet". Agora, o desafio de Mari é pensar formatos para a web e tornar seu negócio mais "humano possível", sem ter a sensação de que vive para dar conta de tudo, como se apenas riscasse as tarefas da grande lista que tem em mente.Como foi sua transformação de criadora de conteúdo para empresária?
Aconteceu quando comecei a sonhar com a minha própria marca. Já trabalhei com um leque de empresas gigantesco, que hoje é mais restrito para não colocar a concorrência na frente. Mas a gente demora um pouco para ganhar confiança. Fui percebendo a forma com que eu trabalhava fazendo publicidade. Sou perfeccionista e muito honesta com o que faço. Me sentia limitada para trabalhos que não tinha mais autonomia, que não podia dar meus pitacos ou mudar o briefing. Então veio o despertar de que eu poderia ser boa na criação, porque nunca me achei a mais criativa e com ideias sensacionais. Sabemos no que somos bons e no que somos falhos.
Via minha potência de movimentar o Instagram, ou o estoque de algum produto zerando quando eu de fato usava. Não posso dizer que nunca topei publicidade de um produto que nunca usei. Já topei, e foi maravilhoso porque foi assim que entendi que o trabalho que dá mais certo é quando a gente consegue ter uma relação muito próxima com o produto. Eu conheço meu público, sei com quem estou lidando. Essa chave virou quando eu entendi que estava gastando energia não no lugar errado, mas que eu poderia ser mais assertiva se criasse para mim. Tento me sentir, prestar atenção no que eu gosto e fazer negócio em cima disso. Quando a gente fala e faz com mais propriedade, a pessoa sente do outro lado e a venda acontece. Linha Mariana Saad nasceu assim e me deu essa liberdade.
Como consegue dar conta de tantos lançamentos e ainda bombar suas redes?
Tem sido um desafio, já que 98% do meu tempo é destinado para a linha Mariana Saad. Além de desenvolver e lançar os produtos, aprovo campanhas, faço vídeos, fotos e lives para apresentação. Tudo ao mesmo tempo. Sou super metódica e vou dando check nas coisas que vou fazendo. A estratégia é mudar o mood sempre e trazer a real de cada produto para a vida. Eu preciso vender o lifestyle, por isso vou pensando na vida real. Trazer isso para a campanha me faz sonhar de forma mais completa com cada desenvolvimento. É mais ou menos como os vídeos do YouTube, que eu já gravo a maquiagem pensando na edição, mesmo entendendo que eu ganharia muito mais tempo e produtividade se eu parasse de dar pitaco.
Como faz para não se sentir sobrecarregada?
No começo, achei que não seria possível. Meu trabalho nasceu como hobby, eu precisava profissionalizar, mas ainda deixar com cara de hobby e manter a naturalidade de criadora de conteúdo. Influenciar é uma consequência, que vai gerando credibilidade. Fiz um convite para a minha mãe trabalhar comigo porque precisava deixar o negócio mais humanizado possível para não ter a sensação de que eu sou uma máquina, um produto, porque é muito fácil se confundir. Depois de oito anos trabalhando bastante, consegui tirar a manhã para mim. Ter uma parte da agenda pessoal aberta me fez olhar para a parte profissional de forma diferente. Foi quando eu consegui pensar em bons conteúdos para a linha para propagar a marca e entregar conteúdo. Por exemplo, um Reels, de 15 segundos, precisa ser informativo, inspirador e me vender. A pessoa tem que se imaginar na situação para criar desejo, ou não adianta. De estratégia para isso acontecer, eu penso na forma como comunico. Esse é o maior desafio.
Teve alguma dificuldade no início da carreira?
Sempre, e até hoje, com estrutura e um escritório super legal. Meu pai comprou minha primeira câmera e disse: “Custou caro. Você tem um ano para ganhar dinheiro com isso de internet e blog, ou vai fazer outra coisa”. É difícil para os familiares perceberem isso, e a gente precisa dessas aprovações. Mudei para São Paulo aos 17 anos, terminando o colegial, e pediam para eu me esforçar e mostrar resultado, ou voltaria a estudar. Mas eu sabia que era o que eu queria fazer, me inserir no mercado de beleza fazendo tutoriais e dando dica para as pessoas. A câmera, profissional, tinha custado uns R$ 10 mil e era um super investimento para fazer uma coisa às cegas. Empilhava 10, 15 livros para dar altura e conseguir encostar a câmera e fazer uma boa gravação. Mas me traz boas lembranças. Cada perrengue foi agregador, necessário. Por exemplo, quando fiz faculdade de Rádio e TV, me maquiava sempre no metrô para chamar atenção das pessoas, para verem que estava ali dando um truque muito rápido para chegar bem na aula. Entregava sempre cartão de visita com os meus endereços de redes sociais. Era uma mania tão antiga do interior, que meu pai me incentivava tanto. Achava cafona, mas depois entendi o poder da coisa, e nunca deixei de me apresentar e não perdia a oportunidade de uma nova pessoa me conhecer. Eu nem sabia o que eu queria que desse certo porque era algo novo. Só postava vídeos no YouTube, e o sucesso pra mim era ter as pessoas me assistindo e saber que elas estavam gostando por meio dos comentários.
Alguém com a recomendação de “fazer dinheiro na internet em um ano” conseguiria atualmente?
Oportunidade aparece da noite para o dia. Acredito muito em novos talentos. Não acho que é um mercado saturado e que foi visto de tudo, porque a gente não sabe o que é esse tudo. Meu tudo é pensar mais como marca do que como Mariana “persona”. Fico admirada com essa galera jovem que está vindo. Da forma que me coloco, parece até que eu não sou, mas eu me sinto muito velha para a geração TikTok, por exemplo. Não tenho o dinamismo, a rapidez, a facilidade e a pegada. Essa plataforma, assim como o Reels - que monetiza bastante, e por isso estamos investindo tão pesado - veio para mostrar que algo muito dirigido e montado pode não ser tão legal. Tem quebrado o perfil de pessoas mais “duras” e forçado a gente a testar outros movimentos que não sejam muito institucionais, certinhos sempre. É bom porque estimula e desafia. Às vezes, olho um vídeo que nem viralizou e digo “como nunca pensei nisso antes?”. Seria um pouco arrogante dizer que já vimos de tudo. Tem muito talento por aí, com muita chance de vingar.
Já pensou em desistir em algum momento?
Já pensei não em sair do meio digital, porque independemente da profissão, somos criadores de conteúdo. Nunca me imaginaria sem essa comunicação. Mas a insegurança está voltada para o “dependo sempre do público”. É uma coisa que sempre me questiono e me cobro, e isso é mais positivo do que negativo porque me faz investir meu tempo. Quando estudava Rádio e TV, me sentia mais confortável e pensava “se não der certo a rede, ou alguém enjoar, posso dizer que prestaria consultoria de beleza para grandes marcas, ajudaria no desenvolvimento de produtos ou seria maquiadora”. Toda bagagem enriquece.
Como se sente quando vê a repercussão de algum item de luxo seu na web?
Tento fazer isso soar da forma mais real. A pessoa bem-sucedida não é bem interpretada dependendo da forma que se comunica midiaticamente. Quando conto algo, é porque faz parte do meu dia a dia. Não paro a vida para dizer que comprei uma bolsa de grife. Conto porque acho que agrega valor e informação de moda para o que eu estou fazendo. Não acho que isso é futilidade. Seria se eu não soubesse me aproveitar disso, se só contasse vantagem, não como prestígio próprio. Isso não tem a ver com a sua humildade ou o que está dentro do coração. Eu sei que trabalho duro, que é honesto, e que tenho prazer em fazer. Pego o lucro disso e destino para onde acho interessante. Acredito que o dinheiro está relacionado a trazer segurança, realizar sonhos e ter o dever de ajudar pessoas. Quem tem mais dinheiro tem a obrigação de ajudar. Você pode ter suas conquistas, mas precisa contribuir com quem não tem a mesma condição de ir atrás.
Qual é a sua maior conquista?
Meu apartamento. Eu e meu noivo [Guilherme Suetugo] somos muito pé no chão, sabemos que estamos investido e felizes com o retorno. Estamos poupando dinheiro para comprarmos nosso segundo imóvel, porque acreditamos que o atual será pequeno para a família que a gente quer construir. A gente fica feliz com tudo, mas a vida muda, e por isso buscamos mais. Mas vamos viver por etapas. Agora, a gente vai viver o casamento e depois sair para buscar apartamento. Outra preocupação que tenho é nunca zerar as economias.
Como será o casamento?
A gente vai casar numa fazenda do interior de São Paulo. Eu eu Gui somos do interior, e queríamos muito estar em contato com a natureza, com o sol. Fazer a lista de convidados é a parte mais difícil, mas vamos ter só gente com quem não precisamos fazer cerimônia, e que se sinta em casa, à vontade. Tenho poucos amigos, e cuido muito de cada um. Não vou fazer um casamento midiático para mil pessoas para olhar para o lado e me questionar. Tem Bruna Tavares e Mari Sampaio como madrinhas, além da galera do interior, que eu amo.
(Fotos da matéria: Divulgação / Mari Saad)
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