ARTIGO: Terapeuta Sistêmica Ana Claudia Carvalho escreve sobre “QUEM O OUTRO REALMENTE É!



ARTIGO: Terapeuta Sistêmica Ana Claudia Carvalho escreve sobre “QUEM O OUTRO REALMENTE É!

Ana Claudia Carvalho é Terapeuta Sistêmica na cidade de Jales

  • Caro leitor, desta vez decidi mudar um pouco o formato de meus textos.
    Trago aqui para você um relato real de uma pessoa que passa por dificuldades em seu relacionamento, e logo em seguida, farei uma análise sobre a situação.
    __ “Ana, cozinho, lavo e passo em minha casa, trabalho fora, pago minhas despesas e a empregada para faxinar. Aos domingos cozinho com carinho, faço uma comidinha caseira gostosa, mas meu marido sempre come calado, não faz um elogio e nem agradece. Isso me magoa.”
    Minha cara. Sinto muito que não tenha visto antes que ele era assim. Esse é o homem que se casou com você e infelizmente você se iludiu quando imaginou que ele seria diferente do que é.
    Quando não estamos conscientes da realidade à nossa volta, nos iludimos com pessoas, lugares e atitudes.
    A realidade é demonstrada durante todo o namoro. Mas, quando iniciamos uma relação projetando na outra pessoa o que ela não é e sim o que ela pode vir a ser, já começamos errado. Criamos uma bolha de ilusão que nos conduz a ignorar os fatos, tomando pra si a missão de mudar o outro no formato que mais nos agradará, sob a premissa de que com o tempo tudo se ajeita, justificando a todo o momento: “isso é por causa disso, isso é por causa daquilo”, “ele(a) age dessa maneira com tal pessoa, porque tal pessoa é difícil de lidar...”
    Sinto muito, mas o comportamento demostrado com outras pessoas será exatamente o que ele ou ela fará em sua casa com você, esta é a realidade.
    Pessoas são como são, e é isso. São certos como são. Não tente mudá-las. Só a própria pessoa tem a atitude de ser diferente, de se modificar perante as situações. Você não tem o poder de mudar ninguém.
    O que cabe a você é escolher se quer continuar a viver com este homem.
    Para isso, você terá que colocar na balança se os defeitos dele superam as qualidades, se você continua o amando apesar das falhas e da forma como elas te atingem, sendo que, neste ponto, você tem dois caminhos: olhar para seus limites e respeitá-los ao concluir que não pode mais abrir mão de seus valores, pois prevê que fazendo isso você se perderá de si mesma, ou então, mudar a forma como você o interpreta caso sentir que ainda tem dentro de si esta certeza  e estar disposta a passar por um processo nada fácil, que talvez te dará novos limites, que é o de redescobrir o seu companheiro, depois de internalizado o fato de que ele não vai mudar por VOCÊ, ele vai mudar por ELE. É tirar o peso que você mesma colocou sobre os seus ombros.
    Saia da bolha de ilusão que se colocou, do conto de fadas onde as pessoas se sacrificam por amor. Porque, depois de tantas tentativas frustradas e em vão, você terá colocado a sua autoestima e a sua autoconfiança em risco. A conta chegará e o custo é alto.
    A vida não é e não deve ser assim tão pesada. O amor não deve ser assim tão difícil. Amar de um jeito leve é ter a liberdade de ser como realmente é. E isso serve para os dois lados, afinal, o quanto você já se forçou para ser espelho para ele, e, no fundo, se ausentando de si mesma?
    Reflita.
    O quanto você se ama?
    O quanto você se respeita?
    O quanto você suporta?
    Primeiramente, eu te aconselho a buscar entender o seu marido do jeito que ele é, e preste atenção, se apesar das atitudes dele que não te agradam você continua amando-o e tratando-o com carinho e educação, identificando comportamentos que ainda te faz admirá-lo e indispensavelmente um amor que é retribuído, isso significa que você é capaz de aceitá-lo em sua totalidade e provavelmente vocês ficarão bem. Porém, se na tentativa de melhorar a relação o outro pouco colabora e por causa das atitudes dele você está se transformando em alguém que não gosta de ser, vale a pena repensar. Jamais, revide. Ao fazer isso você adoecerá. A escolha deve ser sua: continuar ou seguir em frente sozinha.
    Mas, entenda de uma vez por todas que você precisa se colocar em primeiro lugar. Porque é fato: como amar o outro se eu não me amo? Se eu não me olho? Se eu não me preservo?
    Não deixe de cozinhar um almoço gostoso, você merece isso após uma semana de trabalho, não deixe de saborear e agradecer a você mesma, pelo carinho que tem com você, por colocar tanto amor em manter a casa organizada, para VOCÊ. Você é merecedora, de uma mesa posta, um cálice de vinho, um bom filme, uma boa música. Goste de estar na sua presença. Não deixe que outra pessoa tire a sua paz (pois assim você delega muito poder ao outro), seu amor e seu carinho por você mesma. A pessoa mais importante de seu sistema é VOCÊ, ninguém mais. Assim é que se recupera o amor próprio, fazendo para você e por você. Cabe à pessoa que está ao seu lado aproveitar esses momentos com você, ser feliz. Se a outra pessoa não quer e não se permite ser feliz, não é você que conseguirá dar conta de tudo, de você e dela ao mesmo tempo. Cada um é responsável por sua própria felicidade, por olhar as suas feridas internas e evoluir a cada dia, para ser capaz de viver melhor. Se responsabilize por você mesmo! Autorresponsabilidade é libertar-se da prisão de fazer o que os outros querem e desejam que você seja, ou de desejar que os outros sejam como você quer.
    Assuma sua identidade, seja quem você é, seus verdadeiros amigos ficarão, os aproveitadores se afastarão, assim, você se torna livre, pode pensar sentir e agir de acordo com sua essência, sem se preocupar com as expectativas de ninguém.
    Sou Ana Claudia de Carvalho, Terapeuta Sistêmica e Consteladora Familiar. Entre em contato se precisar 17 996016142

  • Daniel Zílio

    Daniel Zílio, jornalista, que há 11 anos atua no ramo da comunicação, levando informação com ética.

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